sexta-feira, 23 de julho de 2010

Benefícios econômicos do tratamento de dependência química para empregadores

Benefícios econômicos do tratamento de dependência química para empregadores.

Economic benefit of chemical dependency treatment to employers
Neil Jordan, (Ph.D.)a,b, Grant Grissom, (Ph.D.)c,4, Gregory Alonzo, (M.B.A.)c,
Laura Dietzen, (M.A.)c, Scott Sangsland, (M.A.)d
Journal of Substance Abuse Treatment 34 (2008) 311– 319

Nos últimos 20 anos, muitos estudos têm estabelecido os benefícios econômicos do tratamento da dependência química.
Uma das principais conclusões de uma recente revisão da literatura sobre custo eficácia e custo-benefício do tratamento da dependência química é que os benefícios econômicos de tratamento geralmente excedem o custo do mesmo. A redução de comportamento criminal e o aumento do emprego foram considerados condutores fundamentais dos benefícios econômicos do tratamento. A maioria destes estudos abordou tratamentos financiados e analisaram os benefícios do ponto de vista dos pacientes, programas de tratamento ou sociedade. Relativamente poucos estudos têm considerado os benefícios econômicos do tratamento do abuso de substância da perspectiva dos empregadores.
A perspectiva do empregador é importante porque um grande número de indivíduos com dependência têm empregos integrais ou de meio expediente e menos de 50% das pessoas com problemas com álcool ou outras drogas que necessitam de tratamento têm planos de saúde que cobrem a desintoxicação e tratamento ambulatorial, embora o grau de cobertura varie muito.

Existem vários resultados relacionados ao trabalho que devem ser considerados na avaliação dos benefícios econômicos do tratamento do abuso de substâncias para os empregadores. Estudos em geral concentraram-se em abstinência ou aumento de horas de trabalho. Um desses estudos argumentou que devido aos custos relacionados ao tratamento do abuso de substância taxas de abstinência não são suficientemente importantes para justificar o financiamento
do tratamento pelo empregador. Porém faltavam dados sobre os custos associados à diminuição do desempenho, atrasos ao trabalho, e perturbação de negócios.

Embora existam duas recentes publicações que analisam os benefícios econômicos para os empregadores abordando a melhoria da produtividade devido ao tratamento da depressão, verificou-se que não foram publicados estudos em relação ao abuso de substâncias que incluam medidas de abstinência, conflito com gerentes e colegas de trabalho, ou de produtividade.
Devido ao fato de que mais de 70% dos custos estimados do abuso de álcool de 1998 podem ser atribuídos à perda de produtividade, a compreensão dos efeitos do tratamento do abuso de substância no trabalho e na produtividade pode ser de significativa importância para os empregadores.

Os dados para este estudo são provenientes do programa do Kaiser Permanent's Addiction Medicine (KPAM), um centro de tratamento de abuso de substância coberto por plano de saúde privado com quatro locais de atendimentos participantes. Participaram do estudo 498 indivíduos que preencheram a avaliação antes, 30 e 60 dias depois do tratamento. O estudo foi realizado entre janeiro de 1999 e maio de 2005.

Os resultados relatados neste artigo indicam que os pacientes que estão envolvidos no tratamento de dependências há mais de 1 mês alcançaram uma acentuada redução de problemas relacionados ao trabalho.
Ganhos referentes a atraso e conflitos de trabalho são mantidos após 60 dias de tratamento, enquanto a abstinência e a produtividade continuam a aumentar. Pacientes que continuaram em tratamento após 2 meses experimentaram ganhos, que resultaram em um benefício econômico para os empregadores se a sua média de salário anual for maior que US$ 36.565.

O valor líquido da economia por conseqüência das melhorias para os seus patrões depende da taxa de utilização do tratamento e do nível salarial do empregado. Para uma taxa de utilização de 0,9% e um trabalhador com US$ 45000 de salário anual, o benefício líquido do tratamento foi de US$ 1.538.

Os ganhos relacionados ao tratamento para o empregador ocorreram nos 30-60 primeiros dias de tratamento. Pacientes que permaneceram em tratamento durante períodos mais longos relatam ganhos adicionais, porém diminuídos, principalmente nas áreas de abstinência e da produtividade no trabalho.
Porque não há custo adicional para os empregadores associados à utilização mais intensiva e durante mais tempo do tratamento, e porque ambos são associados a benefícios adicionais, o retorno do investimento para os empregadores aumenta juntamente com a utilização e a duração do tratamento.
É benefício para a entidade patronal encorajar a identificação precoce de problemas e a aderência ao tratamento da dependência evitando, assim, os custos associados ao comprometimento do funcionário devido ao uso de substancias e tendo o retorno do investimento reforçado.

Para as empresas com um salário médio anual menor que $ 36565, existe perda no retorno do investimento ao oferecer tratamento de dependência química, porém esse dado está relacionado apenas a avaliação das 5 dimensões avaliadas neste estudo (aumento da produtividade, abstinência, redução do atraso no trabalho, redução do conflito com gerentes, redução de conflitos com colegas de trabalho).

No entanto, pesquisas futuras podem demonstrar de forma positiva o retorno do investimento mesmo com níveis salariais mais baixos quando os benefícios indiretos, tais como despesas médicas fora do tratamento de dependência química e melhora no quadro psiquiátrico e no funcionamento familiar/social forem considerados.

Este último pode ajudar os empregados a evitar recaída e para manter os ganhos do desempenho laboral por mais de 12 meses, contribuindo para um retorno do investimento positivo. Estes achados podem permitir que gestores compreendam melhor o impacto do tratamento da dependência química na empresa.

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