sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Como levar um dependente a pedir ajuda:

A principal dificuldade em convencer um dependente químico de que ele precisa de tratamento para a dependência química é que freqüentemente ele acredita que pode usar com segurança ou continuar com seu comportamento sem problema.

Uma pessoa nunca abre mão dessa idéia, e como resultado, existe a morte física, algumas mortes mentais e algumas espirituais. Para muitos, uma intervenção é a única maneira de salvar a sua vida. Intervenções por conta do uso de química (álcool e outras drogas e remédios prescritos) na qual as famílias e outras pessoas (empregadores, associados, amigos, etc.) participam podem ajudar a quebrar a negação quanto à adicção.

O dependente sofre muito com sua doença.
Suas emoções vão a extremos. Seus sentimentos ou são poderosos e insuportáveis, ou são ausentes e confusos.
A adicção demonstra uma inabilidade em controlar a sua vida.
Essas pessoas oscilam entre perder o controle do seu comportamento compulsivo, e freqüentemente no mesmo momento, eles praticam múltiplas e variadas tentativas para conseguir e manter o controle.
Drogas (incluindo o álcool) são irresistíveis por que inicialmente funcionam; mas posteriormente, devido à tolerância física e à progressiva diminuição das capacidades psicológicas, as tentativas de auto-correção falham.
O suicídio freqüentemente torna-se uma alternativa fatal.

Os adictos só procuram ajuda não porque eles viram a luz, mas por que sentiram o calor. Algumas vezes vem junto uma crise que muda o adicto.
Então se torna urgente a reação para aceitar ajuda, antes que continue com as drogas.
Esta reação é a intervenção.
A maioria das intervenções é feita quando acontece um conjunto de tragédia pessoal, tanto para o alcoólatra como para sua família.
Os exemplos incluem a ruína financeira, divórcio, prisão, abuso ou negligência dos filhos, cirrose, um surto psicótico e finalmente a morte.
Quando se trata de saúde mental, normalmente alguém se torna perigoso para consigo mesmo e para outros.

Por que muitos empregadores, familiares, e profissionais não têm consciência de sua colisão com a pessoa dependente?
Por que a resistência entre os familiares e muitos profissionais que conhecem mais sobre adicções? Por que não ajudar a subir o poço do dependente químico?

Atualmente o tratamento de dependência química tem sido mais eficiente, de tal forma que pessoas que participam de um tratamento correto têm grande chance de parar com abuso de álcool e outras drogas.
Pode continuar mantendo seu emprego, melhorar o seu funcionamento social e interpessoal, melhorar seu estado físico de saúde.

Uma boa intervenção deve estar baseada numa abordagem psicoterapêutica saudável, informações educacionais e princípios espirituais que formam um conjunto de suporte para as tomadas de decisão necessárias para o início da recuperação.
Demandam um trabalho sistemático com a família e associados, porque as intervenções não são sempre aceitas emocionalmente e nem as pessoas estão prontas para o trabalho.
No entanto uma condução adequada da intervenção pode abrir caminho para uma mudança radical no sistema familiar.

Na verdade, as famílias e mesmo associados com pouco ou nenhum treinamento em intervenções, costumam fazê-las com resultado negativo.
Isto porque não conseguem perceber que eles estão em colisão com o dependente químico.
Intervenções bem conduzidas são uma ferramenta poderosa no tratamento da dependência química.
Elas geralmente têm algumas características em comum:

INCLUEM UM INTERVENTOR PROFISSIONAL:

Profissionais sabem o que funciona, estão habituados com as últimas técnicas e podem dar aos familiares assustados e ansiosos uma clara compreensão do que esperar antes, durante e depois da intervenção.
Esta perspectiva pode ser valiosa quando emoções fortes, muitas reprimidas por anos a fio, vêm à superfície. O intervencionista é capaz de ajudar as famílias a ouvir o outro de uma forma muito mais efetiva do que eles conseguiam anteriormente, o que é crucial nessa situação altamente emocional.

ELAS SÃO PREPARADAS CUIDADOSAMENTE

Uma cuidadosa preparação por antecipação é crítica.
Ela inclui entrevistas com os membros familiares com o intervencionista para determinar se o problema realmente existe e quais os membros da família que querem participar.
A preparação também envolve escolha de um tempo do dia quando o adicto estará mais receptivo, o desenvolvimento de listas escritas dos eventos específicos que afetaram cada membro da família e de um ensaio para praticar o está envolvido no confronto do alcoólatra ou adicto diretamente.
Finalmente, a equipe prepara por antecipação a admissão em um centro de tratamento, tomando cuidado de todos os detalhes de internação e estabelecendo a ocasião da intervenção para quando a vaga estiver disponível, se for o caso.

ELAS INCLUEM LIMITES NÃO NEGOCIÁVEIS

Alcoólatras e adictos são altamente manipuladores e quase sempre tentando confundir a questão sendo discutida, negam a realidade, enfurecem-se quando sua adicção é ameaçada, tendo a raiva, ameaças e intimidação como último recurso.
Isso significa que os membros familiares e amigos devem estar convictos a respeito de seus limites e das conseqüências reais que acontecerão se o abuso do álcool e drogas continuar. Algumas vezes significa a separação da esposa e filhos, a perda do trabalho.
Seja o que for isso deve ser claramente definido e mais que apenas uma ameaça em ponto morto. Nada faz fracassar mais rápido uma intervenção quanto um cônjuge ou empregador que dá ao adicto mais uma chance.

ELAS SÃO UMA SURPRESA

É extremamente importante que ninguém "vaze" a informação ao dependente químico que uma intervenção está sendo planejada.
Isto acontece algumas vezes quando um membro da família sente culpa por alguma coisa que esteja sendo feito por trás das costas do seu familiar.
É preciso cuidado extremo, e freqüentemente feita como último recurso por pessoas interessadas no bem estar do alcoólatra.
Durante a intervenção, o dependente químico costuma reclamar que o enganaram, depois ele começa a perceber que sendo o último a saber foi provavelmente o melhor.
A surpresa é necessária para que o dependente químico não tenha a oportunidade de planejar uma defesa.

Certa esposa preparou duas malas antes da intervenção: uma para o seu marido levar ao centro de tratamento, e uma para ela. Quando ele se recusou a ir para a internação viu com total descrença, sua esposa pegar a sua mala e sair pela porta afora.
Ele hesitou, depois correu atrás dela quando viu que ela falava sério.
Foi a tratamento no mesmo dia.

ELAS SÃO FEITAS POR PESSOAS A QUEM O DEPENDENTE QUÍMICO RESPEITA

As pessoas que farão a intervenção devem ser aquelas que o adicto respeita.
Isso aumenta a chance de que ele consiga ouvir a informação difícil a respeito dos danos causados pela dependência química.

ELAS SÃO CONDUZIDAS POR PESSOAS PREPARADAS PARA A RETALIAÇÃO EMOCIONAL

As semanas seguintes a uma intervenção podem ser muitos difíceis para todo mundo envolvido. Esta é a razão por que o abuso de álcool e drogas freqüentemente continua por muito tempo.
Os familiares e amigos que fazem a intervenção devem esperar um período de retraimento, raiva, e devem estar prontos para pedir apoio extra para as pessoas à sua volta.

ELAS SÃO COMPASSIVAS

A intervenção é feita por pessoas que amam o dependente o suficiente para o confrontarem honestamente a respeito de um problema muito sério.
Enquanto altos níveis de medo, raiva, frustração e ressentimentos são parte da família de um alcoólatra ou dependente químico (e que freqüentemente explode durante a intervenção) a intervenção é motivada pela preocupação com o dependente.
Um intervencionista profissional pode ajudar a manter o grupo focado nesse fato durante cada passo do processo.

Pode haver algum medo de que haja algum tipo de violência durante o processo de intervenção - especialmente verdade seu pessoas costuma carregar armas (como muitos traficantes).
Isso pode ser evitado escolhendo-se pessoas a quem o adicto respeite e se preocupam com ele. Muitas vezes o interventor é ameaçado, mas isso costuma não passar de pressão.
É evidente que isso exige um senso crítico da parte do intervencionista e dos outros envolvidos determinando a segurança necessária.

É importante perceber que a intervenção sempre dá resultado até um ponto, mesmo quando o dependente ou o alcoólico não aceita o tratamento, a intervenção sempre dá resultado até certo ponto.
Os abusadores não conseguem negar por muito tempo que eles têm ferido pessoas de seu relacionamento ou dizer que eles não sabiam que tinham o problema.
Algumas vezes o adicto recusa o tratamento e o abandonará- geralmente contando que alguém mais que suporte para o seu comportamento adictivo imaginando que o restante da família continuará com suas próprias vidas.
Seja o que acontecer, uma intervenção rompe o silêncio.
Esperançosamente, este é o primeiro passo na recuperação da família.

Com esperança na recuperação de vidas.

Osmar

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Overdose de internet

'Overdose' de internet diminui capacidade de concentração dos adolescentes, diz documentário PDF Imprimir E-mail
Uol - Tecnologia - Da Redação

Estudantes britânicos estão perdendo capacidade mental para assuntos acadêmicos, devido ao uso exagerado da internet para pesquisas, de acordo com o documentário inédito “The Virtual Revolution”, produzido pelo canal BBC2.

Especialistas no assunto apontam que o fato de os usuários navegarem por vários sites faz com que eles não se concentrem em um objeto de estudo, como por exemplo a leitura de um livro. As informações são do site britânico “Daily Mail”.

Esta nova forma de associar as idéias, que a internet proporciona, faz com que a maioria dos estudantes tenha dificuldades em disciplinas lineares como leitura e escrita.

Segundo psicólogos, em menos de três anos, milhares de adolescentes britânicos necessitarão de tratamento médico causado pelo uso excessivo da internet.

O documentário, produzido pela rede britânica, foi feito em parceria com o professor David Nicholas, da University College of London, que fez um estudo sobre o impacto da internet em nossos cérebros.

O estudo consistiu em fazer uma série de perguntas para serem respondidas no computador a 100 voluntários. Os mais jovens (com faixa etária entre 12 e 18 anos) responderam às perguntas consultando metade das páginas que pessoas mais velhas levaram para responder as mesmas perguntas.

Outra constatação do Profº Nicholas é que 40% dos jovens nunca revisitaram a mesma página da internet. Em contraposição, pessoas que nasceram antes da era da internet costumam consultar as mesmas fontes de pesquisa.

“A grande surpresa é que as pessoas acessam sites como se fossem paisagens virtuais. Ficam pulando de uma página para outra e ninguém fica por muito tempo”, concluiu o especialista.

O documentário “The Virtual Revolution – Homo Interneticus” será exibido na íntegra na BBC2, no dia 20 de fevereiro.